quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Estória Maluca: A bruxa que sabia chorar


Era uma vez uma bruxa muito má que perseguia as crianças. Um dia, a bruxa encontrou uma pequena criancinha pelas estradas de um grande bosque. Ela resolveu perseguir essa criança e levá-la para sua casa, do outro lado do bosque.
Chegando lá, prendeu a menina, pois ela seria muito maltratada por essa bruxa. De repente, a menina disse:
-O original que nunca se desoriginaliza, pois o desoriginador nunca se desoriginará!
E então, chorando, a bruxa respondeu:
- Esse coração ficou muito machucado por ter perdido ele. Estou muito triste porque não consigo me apaixonar por outra pessoa.
A bruxa chorava muito. Chorou, chorou e chorou... e, limpando a meleca do nariz, continuou a falar:
- Quando eu era pequena gostava muito de brincar... Era muito sensível e amava a minha mãe. E eu gostava de correr, de ir ao circo e de ir à escola também... Agora, gostaria de ir para um lugar bom, sem violência e destruição!
A menina, muito comovida, com os olhos arregalados de surpresa, indagou:
- Talvez você goste de ser amada e não humilhada, não é?!
-Sim, gosto muito e você também! - Disse a bruxa aliviada.
E a bruxa morreu de medo das crianças que aprisionou e foi para o fundo do inferno.

Narrativas Orais e o Imaginário Ireceense


A Literatura enquanto arte de criar e recriar textos, utilizando a palavra como matéria prima de suas criações, por iniciar a criança no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência e desenvolvimento da criatividade, bem como para a expansão da capacidade e interesse em analisar o mundo à sua volta.
Sendo assim, a arte de contar histórias, tão antiga quanto o homem, o acompanhou durante toda a sua existência em sociedade. Por meio das narrativas essencialmente orais, o homem construiu, preservou e partilhou um conjunto de saberes, crendices, costumes, lendas e provérbios, em resumo, é por meio da fala que se dá a preservação dessa cultura de base essencialmente oral.
No entanto, em meio a esse universo tecnológico encantador que vem atingindo um número de pessoas cada vez maior, abrangendo de diversas faixas etárias, percebe-se que a “viagem” proporcionada pelo ato de contar histórias está sendo constantemente substituída pelo ato de “navegar’ na internet; o contato direto entre as pessoas, a troca de experiências, o diálogo e o saber que dele advém estão se perdendo ao longo dos tempos.  
A escola e/ou os livros didáticos, muitas vezes, deixam à margem a cultura de base oral. As estórias, os mitos, as lendas de um determinado povo não são contemplados, contribuindo, dessa maneira, com o processo de apagamento da memória coletiva local, uma vez que tanto a escola quanto os livros didáticos tendem a valorizar a cultura da camada social e economicamente favorecida, enquanto a cultura, dita inferior, por pertencer às camadas menos favorecidas e serem essencialmente orais, é marginalizada.
Nesses termos, levando em consideração o acima exposto, será proposta uma nova forma de trabalhar a leitura e a escrita, a oralidade e a análise linguística, utilizando para tanto narrativas orais, tornando a aula de Língua Portuguesa mais lúdica e dinâmica, uma vez que o aprendizado estará pautado na vivência, na aproximação do aluno tanto com o objeto de estudo quanto com as fontes a serem pesquisadas, visto que ele fará o levantamento de algumas narrativas orais encontradas na cidade de Irecê.
Sendo assim, será proporcionado ao educando a oportunidade de construir conhecimento e desenvolver habilidades fora do espaço escolar, envolvendo nesse processo pessoas da própria localidade onde residem, bem como os aproximando dos seus familiares que poderão servir como fontes de pesquisa e trocas de experiências.