quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Minha Terra, Minha Vida


Meu avô disse que, antigamente, ia buscar água, de dois em dois dias, montado num jerico “puxando cento e vinte quilômetros por hora”. Quando chegava lá, enchia as cabaças e as colocava dentro da bruaca do jerico.
Ao voltar para casa, os carneiros e os bodes corriam todos, numa alegria que só vendo, para perto do jerico, pois queriam beber água.
Após separar “a água de beber”, como meu avô chamava a água destinada ao consumo humano, saciava a sede dos bichos e ia alimentar o cansado jerico.
A mãe do meu avô também ia de jerico lavar roupa na vereda. Percorria três léguas e a viagem durava três dias: um para ir, outro para lavar as roupas, e outro para voltar. Mas nunca ia sozinha, sempre iam duas ou três fazendo-lhe companhia.
Eles achavam bom quando comiam feijão puro, mas quando não havia água para cozinhá-lo... Moíam milho para fazer fubá. E era assim...


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